quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Suco de vidro

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Corta a garganta

Algo que nem sei se foi

Maresia líquida

Sóbrios amores

Na vida que tentei louca

Cigarros, farra

No canto íntimo da cigarra

A voz um pouco rouca

Tanta poesia

À margem

No copo

Sacanagem

Ruas tortas

E mijadas

Perfume de vadiagem

No liquidificador

Suco de poeira

Na janela

Vidro e paisagem



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Um comentário:

  1. Oi, Flávia, Jairo me falou há tempos, na Pelada Poética,dos seus poemas.Vim ver,e dentre eles, levo este suco de poeira e vidro, que desentope as artérias da imaginação!
    Bata mais, para matar a nossa sede !:)

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