Não
Nada
Daquilo que era fome de mundo
Ficou a não-obra
A não-arte
A não-coreografia
A não-vida
Não sobrou nem as batatas
Não
Nada
Ou o poço onde não acho o fundo
Para pegar impulso
Onde não acho o pulso
Que antes latejava
Migalhas de sonho
Da padaria vagaba aqui de baixo
Não
Nada
Nem pra vender
Nem pra comprar
O não-ar pra respirar
A não-verdade para saber
Nada que eu possa explicar
Nada que eu possa querer
...