terça-feira, 9 de novembro de 2010

Não, nada

Não

Nada

Daquilo que era fome de mundo

Ficou a não-obra

A não-arte

A não-coreografia

A não-vida

Não sobrou nem as batatas

Não

Nada

Ou o poço onde não acho o fundo

Para pegar impulso

Onde não acho o pulso

Que antes latejava

Migalhas de sonho

Da padaria vagaba aqui de baixo

Não

Nada

Nem pra vender

Nem pra comprar

O não-ar pra respirar

A não-verdade para saber

Nada que eu possa explicar

Nada que eu possa querer


...

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Poliédrica

.

Será que consigo fazer

Esse mais que eu?

Perscrutar as fendas míticas

De uma personalidade bifurcada

Trifurcada, poliédrica

Ir pra longe o tanto que necessito

Não sentir esse cheiro de tinta

Me esquivar do que não pedi, e veio

Com a inteligência que nem sei se tenho

E com a calma de quem acha tudo

Muito certo, muito perfeito...


Saberei realizar tal feito?

Não é o mesmo que ficar invisível

A inexistência não é opção

Construir, desconstruir, fazer

Refazer, desfazer, ser

O lugar-comum me assalta

Aprender?

Evoluir?


Será que ainda há motivo

Para eu me surpreender?


....