terça-feira, 12 de julho de 2011

Réquiem para quem vai nascer

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E foi nos tropeços da vida

Que aprendi a pular

A cair e, como um cão, até rolar

E como me embolei!

Como fiz das dobras de meu cérebro

Um labirinto infinito de curvas impiedosas

E como derrapei nessas curvas

Como construí lagos e seus cisnes

Como me perdi em meus tempos fora de tempo

Me perdi tanto em mim

Nos caminhos que me desenhei:

Notas musicais de um réquiem para antes de nascer

E me esfolei

Renasci

E caí de novo

Tive que arriscar tudo, até o pescoço

Não entendem?

E tome fundo do poço!

Fundo de copos

Fins de carreiras

Inícios de novo. Caralho, início de novo...

As regras? Poucas me seduziram

Avancei sinais, dormi na curva

E na verdade parece que não dormi nunca!

Que estive sempre alerta

Sempre perto do perigo

Certa de que o mundo queria que eu pulasse

Pra dentro do seu abismo

Única certeza, maior que a morte

Única certeza: vou beber para esquecer

Os rostos, as palavras,

As notas do meu réquiem que ouvi ao nascer

E quando me deparei com tanto azul...

Aí vai meu recado pro mundo: pode me amar

Pode me odiar

Pode até me ignorar

Já prefiro fingir orgasmo pra você.


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