terça-feira, 9 de novembro de 2010

Não, nada

Não

Nada

Daquilo que era fome de mundo

Ficou a não-obra

A não-arte

A não-coreografia

A não-vida

Não sobrou nem as batatas

Não

Nada

Ou o poço onde não acho o fundo

Para pegar impulso

Onde não acho o pulso

Que antes latejava

Migalhas de sonho

Da padaria vagaba aqui de baixo

Não

Nada

Nem pra vender

Nem pra comprar

O não-ar pra respirar

A não-verdade para saber

Nada que eu possa explicar

Nada que eu possa querer


...

Um comentário: