.
E foi nos tropeços da vida
Que aprendi a pular
A cair e, como um cão, até rolar
E como me embolei!
Como fiz das dobras de meu cérebro
Um labirinto infinito de curvas impiedosas
E como derrapei nessas curvas
Como construí lagos e seus cisnes
Como me perdi em meus tempos fora de tempo
Me perdi tanto em mim
Nos caminhos que me desenhei:
Notas musicais de um réquiem para antes de nascer
E me esfolei
Renasci
E caí de novo
Tive que arriscar tudo, até o pescoço
Não entendem?
E tome fundo do poço!
Fundo de copos
Fins de carreiras
Inícios de novo. Caralho, início de novo...
As regras? Poucas me seduziram
Avancei sinais, dormi na curva
E na verdade parece que não dormi nunca!
Que estive sempre alerta
Sempre perto do perigo
Certa de que o mundo queria que eu pulasse
Pra dentro do seu abismo
Única certeza, maior que a morte
Única certeza: vou beber para esquecer
Os rostos, as palavras,
As notas do meu réquiem que ouvi ao nascer
E quando me deparei com tanto azul...
Aí vai meu recado pro mundo: pode me amar
Pode me odiar
Pode até me ignorar
Já prefiro fingir orgasmo pra você.
<><><><><>